Necessidades & Comunicação
- Keine Alves

- 5 de nov.
- 4 min de leitura

Necessidades existem e são humanas, e portanto criadas pelo gênero humano e essas podem ser por diversos elementos, sendo materiais como por exemplo alimentos, objetos de uso, abrigo, vestimentas, dinheiro e outros, mas também existe as necessidades por elementos não materiais desde atenção, reconhecimento, interação, segurança e outros mais, com certeza muitos já ouviram falar dessa teoria que relaciona as necessidades humanas, pois essa foi criada em 1946 pelo psicólogo americano Abraham Maslow.
O que mais me chama atenção é que em diversos outros contextos semelhantes que o ser humano se encontra envolvido, inclusive os mais competitivos, abre a possibilidade de uma mutação dessas necessidades e com isso podem surgir necessidades nunca imaginadas e como se não bastasse, múltiplas e nem sempre essas são comunicadas numa conversa, ou negociação, que possa vir a corresponder realmente ao que o indivíduo necessita.
Logo, estamos abordando um tema desafiador, pois um dos maiores problemas que podemos notar num processo de comunicação, em qualquer contexto, acontece devido à falta de clareza e objetividade na expressão por parte do emissor de uma mensagem.
Não sei, se está claro do jeito que precisa, mas estou levantando a problemática da declaração do que se realmente se pretende num processo de comunicação, não me recordo de tempos tão complicados como os de hoje, pois realmente nunca me deparei com tantas pessoas que não sabem o que querem, ou melhor, dizem que sabem, mas não conseguem expressar o que realmente querem.
Seja numa entrevista para uma vaga, seja numa conversa sobre um projeto, seja numa negociação com um cliente, seja num almoço de domingo com a família, enfim o problema vem ampliando dia após dia, gente não se entendendo mais com gente o tempo todo, todo o tempo.
Mesmo a linguagem considerada predominante em um diálogo sendo a verbal, existem muitos fatores envolvidos e na maioria dos casos o próprio sujeito emissor não tem consciência da existência deles.
Interessante refletir sobre uma afirmação que uma ideia, sem conceito, informação ou conhecimento não passa de um delírio e essas não podem ser tratadas de forma racional, por isso vemos uma quantidade enorme de assuntos sendo abordados mas sem sucesso, pois não se ajusta as compreensões e entendimentos fora da via racional.
Se o indivíduo não possui clareza de seus objetivos e não sabe dissociar suas ideias e sentimentos de suas necessidades a serem comunicadas e tratadas, tudo isso acaba se mesclando e contribuindo para um processo de comunicação falho, bem pouco efetivo e que se resulta em conflitos tendenciosos a grandes confrontos.
Cada ser humano carrega consigo um compilado de noções prévias geralmente misturadas às impressões, sensações e opiniões. Isso ocupa um campo subjetivo que não é realmente visível, podendo não ser notado pelo próprio indivíduo. Mas tudo isso geralmente é transmitido no momento de comunicar uma ideia ao outro, e pode até se sobressair à mensagem que tentava originalmente ser comunicada e confundir o receptor do conteúdo.
A linguagem é muito mais do que apenas verbal, por isso expressões faciais, pausas e movimentos, tom de voz são fatores que podem interferir diretamente na transmissão da mensagem e que fazem parte do processo de comunicação.
Precisamos transmitir diretamente para todos que a comunicação não deve se manter somente no campo da fala, se faz necessário utilizar todos os recursos para manter ou até buscar uma boa comunicação, isso vai além dos nossos sentidos, mas podemos usar desde a escrita, a expressão corporal e todos os recursos que tivermos à nossa disposição, pois o objetivo é conquistar um nível superior de informação, conexão e comunicação, para assim ter um resultado muito melhor do que o atual.
Vale adicionar também que algo poder ocorrer de novo no momento da troca de informações durante a interação, pois quando o emissor já compartilha a mensagem com o ponto de vista determinado, expressando a resposta desejada e deixando sua opinião ter maior peso do que a informação em si, compromete-se mais ainda a qualidade da interação e da informação dificultando mais e mais.
Em casos como este a existência de interesses em comum, ou ideias convergentes exercem papel fundamental na determinação da efetividade do diálogo e na possibilidade de se retomar o equilíbrio.
Note que essa questão é bastante relevante e bem sútil, pois a interação já terá o seu resultado pré-determinado e dependendo da ausência de ideias em comum para permitir que o processo flua, tudo pode ficar mais difícil, o que não faz parte da essência de uma dinâmica de comunicação interpessoal, pois essa que pressupõe um diálogo com escuta e devolutiva de ambas as parte equilibradamente e não é apenas uma concordância de mensagens e somando todo os elementos aqui postos é que convido todos a pensar o seu processo de comunicação, o quanto ele é importante e vai se tornando cada vez mais complexo.
Existe elementos óbvios que não costumamos demonstrar, mas sabemos que em geral não contrariamos a nossa tendência a culpar o outro lado e acreditar que os demais envolvidos na interação comunicativa sejam nosso maior obstáculo, precisamos lembrar regularmente que metade do processo de comunicação somos nós mesmos os únicos responsáveis.
Portanto, você já pensou em começar uma reunião ou uma conversa declarando o que você espera alcançar ao final?



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