Uma reflexão sobre a coerência nos negócios.
- Jakline Tolentino

- 5 de nov.
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Certamente a inteligência natural não opera por modelos ingênuos e não descobri isso só, ao contrário venho descobrindo de forma prática, mas isso já foi dito por vários pensadores que tenho investigado.
Portanto, existe uma coerência do mundo?
Vamos nos imaginar sentados em um local onde a imagem seja a natureza, você poderia agora estar vendo uma macieira e sua dança, lenta e indecisa, mas graciosa.
Ao fundo completando a imagem o contorno das montanhas e a majestosa natureza com sua biodiversidade, afinal é a vastidão do mundo exterior explorada por nossos olhos, mas que em seus detalhes, tem uma ordem e uma organização, de forma contínua e auto-regulada, mas nada ingênua.
Ao longo do tempo, temos a tendência de nos perguntar por não enxergar profundamente o que realmente acontece e a pergunta nesse caso pode começar também de forma ingênua, mas repleta de boas intenções, a qual o inferno está cheio do tipo:
O que essa paisagem é diferente das demais? Será que é só isso mesmo? Por que com o tempo a macieira, o mundo como um todo perde a sua familiaridade e nos faz ir em busca de algo? No fundo, o que é o mundo? Quem é o mundo? Quem somo nós?
Além disso, pudemos entender que essas perguntas ganham formas diferentes e passam a viver continuamente nos porões da mente humana, de forma atemporal, contudo ela acaba por transcender de forma multidisciplinar, como por exemplo para a vida no trabalho e profissional, qual o meu trabalho? Será isso mesmo? Ele me representa?
Por um instante nossos pensamentos construtores se desviam e abrem outras categorias de pensamentos, pois lidar com a pluralidade dos objetivos é um grande desafio, em geral e de fato, muitos de nós não consegue lidar com isso e acaba por sustentar uma visão ingênua do mundo e mais simplória, pois o simples é muito complexo.
Uma das nossas tentativas como sociedade é a de matematizar tudo, e com certeza isso nos deixa ingênuos, pois os modelos naturais pressupõe movimento e são mais complexos do que realmente imaginamos, a perda do significado, da compreensão que surge a partir da perda da filosofia e da ética acaba por construir uma certa ingenuidade e até uma ingenuidade do mal, como já descrita por diversos pensadores da tradição dialética que são ignorados.
Aliás, falando bem abertamente, quem tem coragem de assumir a suas diversas identidades? Poucos na verdade conseguem, pois assumir isso é assumir em verdade que você está em formação e não sabe nada ao certo e com profundidade e que o conhecimento que tem é raso e fraco diante a necessidade de ação, talvez isso possa começar explicar as diversas doenças e distorções que muitos vivem, caso contrário já teriam com certeza inventado um aplicativo que resolvesse tal questão do modo de agir.
Uma objetividade de objetos sólidos é perfeitamente possível de ser discutida e discernida, mas uma subjetividade de percepção de ações não.
Imaginar situações hipotéticas na qual o mundo e os negócios se organizam numa única unidade inteiramente indivisível e perfeitamente simples é impossível, pois de um lado estão as coisas, desde os objetos, processos, produtos e números e dos outros lados existe uma série de elementos, mas ainda são elementos pressuposto e curiosamente oculto como as percepções dos humanos que fazem parte, suas intenções, compreensões, competências e principalmente a sua forma particular de se comunicar e se relacionar.
Muitos falam de comunicação, mas será que sabemos mesmo do que se trata ou acreditamos numa teoria matematizada da comunicação? No fundo sabemos que temos vários mundos em movimento e de certa forma antagônicos, em alguns casos vários deles que funcionam de forma isolada, exercendo inclusive uma certa interdependência entre tudo.
Portanto o que queremos com esse pequeno artigo? Demonstrar mais uma vez que os negócios que mais se desenvolvem hoje, acabam por possuir uma característica interessante que vou chamar de junção aleatória, contínua e regrada por diferentes significados.
A sua construção acontece através de novas inserções constantes dos elementos que passaram a constituir a sua totalidade, pois os elementos se alteram de formas estratégicas, táticas e operacionais.
Todos os elementos podem ser inseridos e ajustados constantemente, mas de forma natural e processual, onde a atomização não representa as ações em seu fim e sim a multiplicidade da unicidade de tudo que se relaciona e participa.
Negócios dessa nova era são de certa forma inteligíveis por si mesmo, sem que qualquer item específico precise dominá-lo e conceber isso de forma inteligível requer a inteligência de várias disciplinas e ordens que tem como competência a captura do objeto vasto e disponível que se busca verdadeiramente na construção de uma forma de agir empresarial.
A grande verdade e que falo sempre é que não existe uma fórmula para essa construção, o que existe e de fato conseguimos contribuir é com uma espécie de desenvolvimento de um espírito de progresso constante, pois a própria inteligibilidade de cada pessoa constrói essa função empresarial única, isso com certeza habilita esse todo para uma atuação num mundo permanente e inexplicável até o presente momento.
Seguindo a tradição humana, que muitos desconhecem, pudemos dizer que o mundo é permeado por uma inteligência criadora e para recortar os assuntos místicos e nos mantermos nos negócios e empresas, vale a pena lembrar que essa tal inteligência que falamos é uma razão, uma lógica e uma forma de organização inerente ao pensamento de cada um que lá participa, ou seja, o princípio da coerência a partir de sua raiz no latim que nos remete ao poder das relações e conexões, um todo sinérgico e produtivo.
Consigo sim enxergar que existe um princípio norteador que rege os negócios, embora gestado em seu interior e não percebido pela sua condição de “pressuposto” nato, que acabam por formar figurações particulares do negócio em si mesmo, que acaba por se tornar o cerne que muitos denominam de “cultura empresarial”.
Portanto não existe uma teoria que seja capaz de construir um negócio ou empresa de forma perfeita, pois em verdade é um mundo vasto e com sua dinâmica própria, uma totalidade em movimento que também é permeada por conflitos e interesses muitas vezes distintos e lidar com isso se faz necessário desenvolver cada vez mais inteligência nos negócios.
Vale aqui inserir que a força da resistência branca e da necessidade de poder, que acaba por racionalizar, dominar e mudar a ordem da regência das coisas também e gestada em si mesma, dando força ao seu contrário, vivendo na exata medida em que se torna possível a quebra do mundo inteligível e perfectível, e essa é criada pela mesma forma e pelo mesmo veículo que a iniciou, chamada “ser humano”.
Esse que agora inverte e condena a empresa dentro dos seus estreitos e estranhos limites, tornando aquilo que tinha o melhor de ser, num mundo repleto de maldizer, com seres autônomos, cegos e parasitas que destroem tudo.
Ai se inicia os grande caos e revoluções, mas as vacinas foram criadas para lidar com elementos como esses e a principal se chama ética, mas não uma ética ingênua e sim uma que seja inteligente e capaz de se organizar sem fórmulas mágicas, mas de forma natural e relevante, como uma ciência nada empírica mas real, com uma capacidade de interagir e coordenar de forma única e veloz gerando significado e compreensão para que um propósito ou uma regra de valores virtuosos não se torne mais um papel na parede de tantas empresas que vemos constantemente e que não percebem seu caos e sua queda.
Afinal, tonar te quem tu és, só se faz possível quando você realmente conhece quem você é e isso é uma obrigação daqueles que querem ir além, o caminho não é fácil, mas sem inteligência ele se torna uma grande perda de tempo.
Hora de pensar e se preparar para seguir adiante.



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