O dilema da existência e da vida!
- Horus Mentoria

- 4 de set.
- 3 min de leitura

Paro o carro na garagem... Desligo o motor e aguardo o fechamento do portão. Olho no painel nesses segundos que antecedem o seu fechamento e miro as horas e o dia marcado, percebo como num passe de mágica como tempo correu.
Suspiro profundamente e penso... “Poxa! Hoje foi mais um dia daqueles... ainda bem que deu tudo certo, porém ainda tenho alguns e-mails ´s para enviar. ”
Logo sou tomado por um sentimento de pesar, como se algo estivesse errado e para não sentir esse rapidamente me justifico como um recurso de fuga... “Afinal sou uma pessoa responsável e isso é o que importa, que exemplo vou deixar para o meu filho? Claro que de um pai trabalhador.
Dou um sorriso maroto e continuo... O trabalho é importante para os negócios, além disso, não posso deixar de tratar esse assunto, pois amanhã de tarde estarei nessa reunião. ”
Entro em casa às pressas, pois tinha pela frente uma pequena jornada, me dou conta do silêncio, todos estão dormindo. Ignoro essa percepção e corro para o chuveiro e termino o banho rapidamente e vou para a sala iniciar o término da tratativa, aproveito e acabo por responder mais uma dúzia de assuntos que ficaram para trás e percebo outros tantos que não vou conseguir e deixo para o dia seguinte.
Resolvo antes de ir dormir, comer algo, afinal “eu mereço” e preciso acordar cedo e bem amanhã.
Ao entrar na cozinha, encontro no micro-ondas um prato feito e em cima da mesa uma pequena salada coberta com um plástico transparente. Ao lado um bilhete da esposa que diz: “Amor, esperamos você para jantar, mas sabemos que você deve ter tido um dia e tanto, mas tudo bem...
Não se esqueça da festa da escola do nosso filho que será amanhã de tarde e ele está ansioso pela sua participação...”
Está posto o dilema, entre a, existência e a vida.
A vida da gente da gente, de empresários, empreendedores e trabalhadores que lutam arduamente para sustentar suas famílias.
Posso inclusive afirmar que particularmente já vivência tal situação e não quero com esse pequeno texto condenar qualquer atitude, mas sim cultivar uma boa reflexão.
Ao longo da minha vida profissional, troquei vários momentos desses pelo trabalho com a desculpa verdadeira. Não só nesse caso de uma festa na escola do filho, mas também no caso de chegar em casa e me jogar no sofá com o pensamento "eu mereço" ou então de ficar o final de semana preso na televisão, no esporte procurando uma distração. Nutrindo a falta de paciência de conversar, brincar e ter uma relação humana com a continuação da nossa vida.
Queremos deixar um mundo melhor para os nossos filhos, mas não pensamos em deixar filhos melhores para o mundo e o que trago é a importância do desenvolvimento dos valores humanos da alma que é construído pela interação de sujeito para sujeito.
É a hora que garantimos a continuidade da nossa família e dos nossos laços e quiçá da existência da espécie humana e não das ações da Nintendo em US$ 7,5 Bi em dois dias com o Pokémon Go.
Certa vez, após o falecimento do meu avô, fiquei tão abalado e comecei refletindo o quanto gostaria de ter feito a ele declarações de amor, que não deram tempo, pela falta de tempo e disposição que tinha.
Ele me ensinou vários desses valores, conversando, brincando e inclusive trabalhando, mas acabei por ignorar esses aprendizados por me deixar levar pela roda da existência.
Nessa reflexão acabei por fazer a seguinte conta: Se viver 75 anos e dormir 8 horas por dia só terei 50 anos úteis. Nesse momento me fiz uma pergunta:
Quanto tenho investido de tempo no que realmente importa na vida? Keine Alves Líder Educador



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