Nossos Valores e Condutas
ESTUDO DE CASO REAL
Há muitos anos atrás, quando idealizei o que viria a ser a minha empresa, minha mentalidade era de que com um produto ou um serviço razoável e um certo tino comercial, todo o resto se arranjava. Eu era o mais esperto, tinha muita lábia e facilidade para convencer as pessoas, ao menos era isso que pensava.
Todos os esforços eram concentrados no desenvolvimento comercial da empresa, priorizando a criação de uma área de marketing e vendas. Na verdade, criação é um jeito simpático de dizer que eu contratava alguns representantes e funcionários e estabelecia metas mensais em cada área. Quem não entregava o estabelecido por mim, logo era cortado, pois eu não admitia gente fraca e ruim ao mesmo tempo, poderia ser um ou outro, mas não os dois. Mas quando alguns batiam a meta, eu não hesitava em recompensar financeiramente, afinal o que todo mundo gosta e quer, é dinheiro. Assim, desafiava os mornos a conseguirem superar os bons, criando um clima de guerra, medo, desconfiança além de manhas e artimanhas. Afinal, eu sabia que funcionário querendo emprego tinha de monte por aí.
Nessa época, era importante mostrar para o mercado que você tinha "bala na agulha", então investi muito na estrutura da empresa, com um escritório imponente e uma pequena frota de carros que mostrava para os de fora que eu não estava de brincadeira. Negócio bom é negócio que dá dinheiro. O resto era resto. Acreditava que os meus funcionários pensavam da mesma maneira e caso não pensassem da mesma forma eu já dava cabo da situação, afinal, tínhamos que correr atrás da minha recompensa. Para mim, quem não luta pela sobrevivência não merece estar aqui e, sobreviver nesse mundo nunca foi tarefa fácil, isso é coisa de gente forte.
Por isso, jamais dizia não para uma oportunidade de negócios. Mesmo que, muitas vezes, essas oportunidades se mostrassem, depois, desastrosas. As decisões tomadas no esquema tentativa e erro causaram impactos consideráveis no fluxo de caixa, que foram reforçados pelas minhas atitudes nada coerentes junto a clientes e fornecedores, pois eu fazia um jogo de manipulação perfeito, dizendo para uns que as negociações e os pagamentos estavam sendo feito de uma forma, mas na realidade não estava.
Não podia perder uma oportunidade, eu precisava mesmo era tirar sempre alguma vantagem dos ingênuos e com muito esforço consegui superar essa má fase, da qual prefiro nem lembrar.
Como o histórico das dificuldades enfrentadas no começo era grande, logo eram transferidas a equipe, que já sabia: aumentar o número de vendas e bater a concorrência todo santo mês era o nosso objetivo número um. Qualquer coisa fora disso era bobagem, pois eu não tinha tempo para perder com os outros a minha volta com as suas crenças.
Sempre tive gente de olho no mercado, ligados no que estava dando certo e também no que os outros empresários do setor estavam fazendo, olhar a concorrência me parecia o ideal, mas, no fundo, eu aprendi duramente que era uma boa perda de tempo.
Porém, é inegável o quanto crescemos muito nessa fase, mas reconheço que não estávamos preparados e poderia ter sido melhor do que foi. Novos investimentos foram necessários para atender a demanda e eu não queria retroceder. Afinal, crescer sempre foi o meu grande objetivo. E eu sentia que estava chegando lá de alguma forma, sonhava inclusive ser reconhecido como o melhor do mercado e com aquela capa de jornal ou de revista bonita.
Nesse período, a maior parte das minhas reuniões eram com clientes e gerentes de bancos. Fiz incontáveis empréstimos e financiamentos, na busca por aumentar o capital de giro e não deixar a peteca cair, pois não importava a que custo, mas eu precisava vencer, perder é coisa de gente fraca que não tem peito para enfrentar.
Como não tinha um bom sistema de gerenciamento das informações e não sabia direito a importância disso e colocava atenção no que era confortável para mim, e meus funcionários também sofriam de uma vergonha grande pelas experiências frustradas, eles não declaravam a falta de conhecimento por medo e acabávamos nos endividando mais do que deveria ou empatando dinheiro no enorme estoque, mas esse me enchia de orgulho diante dos amigos e colegas, pois ele representava de forma visível o meu poder de negociação.
Os empréstimos de curto prazo levaram muito mais tempo do que o estimado para se pagar e entramos várias vezes numa roda-viva e aprendi que não poderia ficar pegando dinheiro e para isso criei um movimento de economizar cada vez mais, inclusive no café.
Quando perguntava para os meus colaboradores e gerentes, informações básicas sobre os negócios, como: lucro da empresa, ponto de equilíbrio, índices de produtividades ou até margens de contribuição dos produtos, só recebia respostas desconexas ou caras e bocas que demonstrava a enorme desinformação que vivíamos, também um bando de fracos necessários, isso era o que eu pensava equivocadamente.
Naquele tempo a minha frustração aumentava tanto com esses funcionários, que resolvi eu mesmo assumir o comando de todos os departamentos. Por isso, nunca abri mão do poder e do controle, eu precisava assinar todos os cheques e autorizar todos os pagamentos.
Claro que havia gente trabalhando, mas, no final, a última palavra sempre era minha, de quem realmente sabe alguma coisa e tem condição de mandar. Do contrário, nada acontecia a contento. Como meu pai falava, o olho do dono é que engorda o gado. Não demorou muito para perceber que essa estratégia não seria sustentável, pois eu não dava conta de acompanhar tudo, como a operação, o gerenciamento e as relações com os clientes.
Com o passar do tempo, logo percebi que os clientes começaram a se ressentir da burocracia para fazer negócios conosco; e a equipe, dos controles e do muito empenho e trabalho que gerava pouco resultado. No fundo, eu também me sentia constantemente frustrado, mas não assumia isso, preferia fugir ao invés de enfrentar e não demorou muito para que a minha vida pessoal fosse afetada.
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Me tornei uma pessoa que era desconfiado, infeliz e solitário e procurava na bebida ou nos prazeres da carne uma fuga, com isso virei um turista em casa, aparecia para dormir, trocar as roupas e malas, mas todo empresário de sucesso tem que agir assim se quiser que sua empresa seja bem-sucedida e reconhecida no mercado, o sacrifício era necessário.
Quando percebi que não estava conseguindo e a vida começou a me impor limites, eu não consegui sustentar a minha posição e tive que ceder para mim mesmo, tinha algo muito errado.
Foi aí que me conscientizei que precisava de ajuda, desconfiando de tudo e todos eu contratei diversas consultorias: de finanças, de marketing, de recursos humanos.
Durante o período de acompanhamento dos consultores, eu percebia pequenas mudanças, mas era interromper o processo que tudo voltava ao ponto inicial e minha desconfiança e desânimo surgiam novamente com força. Meu sentimento é de que a equipe não se desenvolvia e que algumas coisas estavam fora de lugar e, no fundo, nunca iriam se ajustar.
Mas eu não desistia, pois, no fundo, sabia tocar o meu negócio do meu jeito e conseguia manter a empresa em um certo ponto de equilíbrio, então protelei algumas mudanças que eram essenciais e necessárias para avançar num novo patamar, mas, que na minha visão reduzida, não eram essenciais.
É, a empresa passou uns bons anos nessa situação. Até que um belo dia, participando de um processo de educação nos negócios, encontrei alguém que realmente me provocou e compreendi que era comigo e com os meus funcionários o verdadeiro problema.
A partir desse momento nós começamos a ampliar o campo de visão para enfrentar para valer um desafio de grande monta, a vida nos negócios como ela é …
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